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Em Sapucaia/RS, diretores criam estratégias com base em indicadores de aprendizagem

Na Emef Lourdes Fontoura, de Sapucaia, a diretora Vanice conseguiu, com apoio do corpo docente, implantar estratégias para recuperar as perdas de aprendizagem especificamente demonstradas pelos alunos da escola no último teste diagnóstico


Nos municípios parceiros do Pacto pela Alfabetização, como Sapucaia do Sul, no Rio Grande do Sul, diretores atuam em rede junto a gestores, professores, orientadores e coordenadores. Exemplo disso é a Emef Lourdes Fontoura que, com direção de Vanice Wentz, está conseguindo colocar em prática estratégias para recuperar as perdas de aprendizagem agravadas pela pandemia.


Entre junho e julho, todas as escolas municipais de Sapucaia realizaram os testes 1 de português e de matemática com as crianças de 1º ano (ao todo, são realizados quatro testes até o final do ano letivo). Na escola dirigida por Vanice, os resultados mostraram que apenas 15,4% atingiram as habilidades esperadas de leitura – um dado nada animador, mas que permite conhecer a realidade e encontrar soluções.


Mapear as dificuldades e lacunas de aprendizagem de cada criança é um recurso extremamente útil, mas infelizmente pouco utilizado na educação pública. Com esses resultados em mãos, as equipes conseguem avaliar o desempenho de cada aluno, cada turma e cada escola. Assim, ao invés de propor soluções generalistas, a rede possibilita que cada escola implemente medidas “personalizadas”, que vão de fato agir sobre os desafios encontrados.


Ensino público apoiado por indicadores


Com base nos dados do teste 1, a diretora da escola de Sapucaia reuniu a equipe pedagógica e explicou o que era preciso melhorar em curto e médio prazo. “Observamos todos os detalhes e agimos com eficácia para mudar aquilo que não está de acordo com as expectativas”, explica a diretora Vanice.


A lista, com mais de 15 itens, incluía realizar mais leituras em grupo, proporcionando um momento de troca entre as crianças; intensificar questionamentos referentes à interpretação de textos, imagens e ditados para que as crianças ampliassem seu repertório; e utilizar mais atividades lúdicas do Manual de consciência fonêmica do Pacto pela Alfabetização, que traz sugestões de exercícios pertinentes ao desenvolvimento dos fonemas.


No âmbito da comunidade escolar, a solução incluía aproximar familiares, professores e orientadores educacionais. No mês de julho, por exemplo, a escola preparou uma atividade de conscientização sobre a importância da participação das crianças nos testes, mesmo daquelas que seguem no ensino remoto. E o movimento deu certo: enquanto a primeira avaliação teve participação de 22% dos alunos, a mais recente teve mais de 60% deles – a equipe segue atuante para alcançar a totalidade dos alunos, que devem retornar às escolas para o ensino presencial ou híbrido.


Planejamento em rede e soluções específicas para cada escola, turma e aluno possibilitam recuperar perdas de aprendizagem e impulsionar o desenvolvimento das crianças


A formação de equipes eficazes


Assim como a formação de professores – tema sempre em alta nas discussões sobre educação –, a formação de bons diretores também é decisiva para formar equipes eficazes. Engajamento, conhecimento, capacidade de relacionamento e de gestão são algumas das características que bons diretores geralmente possuem para influenciar positivamente a trajetória de alunos e da escola.


Além disso, no Pacto pela Alfabetização, bons diretores são referência para o clima e o andamento da escola, assegurando a realização das atividades e dos processos de gestão pedagógica; acompanhando os resultados das turmas por meio dos indicadores; garantindo a implementação de ações que irão proporcionar a aprendizagem; e atuando junto às famílias e à comunidade para engajá-los nas questões relativas ao estudo, como a assiduidade dos alunos.


Nos municípios parceiros do Pacto, diretores também são convidados a atuar como mobilizadores nas escolas, criando ações e estratégias que aproximem professores, coordenadores, familiares e demais membros da comunidade escolar. Dessa forma, é possível aproveitar o melhor de cada um dos envolvidos para a questão que dá sentido a isso tudo: a alfabetização e o desenvolvimento de cada criança.

*Estudo citado no livro “Educação baseada em evidências: como saber o que funciona em educação”, do Instituto Alfa e Beto.

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