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Apoio dos familiares e metodologia eficaz favorecem a alfabetização durante distanciamento da escola

Com metodologia adequada, municípios parceiros do Raiar mantêm vivo o sonho da alfabetização, permitindo que as crianças avancem em seus processos de aprendizagem mesmo com o distanciamento social imposto pela pandemia


Quando o coronavírus chegou ao Brasil, em março de 2020, muitos pensaram que o distanciamento social seria necessário por algumas semanas apenas. Agora, após um ano letivo inteiro conduzido a distância, a alfabetização (que já enfrentava dificuldades antes da pandemia, com mais da metade dos alunos sem habilidades de Leitura ao final do 3° ano) ainda recebeu novos desafios: como promover a aprendizagem a distância e preservar o interesse dos alunos na etapa mais importante para o desenvolvimento escolar? Como construir um vínculo com as famílias que passaram a mediar os processos de ensino?


Nos municípios parceiros do Instituto Raiar, todos sentiram os efeitos do distanciamento, é claro. Apesar do cenário complexo, as redes conseguiram lidar melhor com a crise, pois já utilizavam metodologias e processos de trabalho consistentes antes de março de 2020.


O sistema de ensino estruturado (que inclui práticas pedagógicas com resultados comprovados, indicadores de desenvolvimento, materiais de ensino e capacitação de todos profissionais) adotado nos municípios parceiros do Raiar tornou o processo de ensino a distância possível. Assim, as crianças tiveram melhores condições de continuar aprendendo.


Manuela, de 7 anos, é uma das crianças que, com apoio da família e da escola, conseguiu avançar no processo de alfabetização. No ano passado, ela havia ingressado no 1º ano da EMEF Santa Isabel; e contou com o ensino estruturado oferecido na rede municipal de Viamão, no Rio Grande do Sul. “A Manu teve muitos avanços”, conta a mãe, Cleia Batista Knevitz Brum.


“No início do ano passado ela apenas conhecia as letras e hoje escreve bem, lê livros e, como quando nós éramos crianças, ela também lê as placas que visualiza na rua”, diz a mãe, orgulhosa.


Como enfrentar uma crise


A escola é um espaço insubstituível para o aprendizado. Nesse sentido, o distanciamento entre aluno e professor dificulta a realização das atividades de escrita e oralidade em um ambiente adequado. Por outro lado, como se sabe, a criança aprende o tempo todo. Dessa forma fica mais fácil fazer da casa um espaço de desenvolvimento infantil.


No caso da Manuela, a estudante contou com uma rotina de estudos organizada pelos pais, preservando alguns hábitos incentivados na escola. O Fábio Uriel Lourenço Brum, pai da Manu, acompanhou as primeiras aulas realizadas pelos professores diretamente de casa. Logo depois, mãe e pai se dividiram com as atividades de português, matemática e ciências.


Vale lembrar que, além das aulas, os alunos dos municípios parceiros do Raiar receberam em casa os materiais didáticos ofertados na escola e contaram com aplicativos de aprendizagem do Instituto Alfa e Beto. “Conseguimos avançar com a ajuda da escola, da direção e da professora Priscila, que esteve ativa e disponível para nos auxiliar durante o processo, e principalmente com o material didático disponibilizado”, explica Cleia.

Além de todo cronograma organizado pela gestão, muitos professores foram além, fazendo videochamadas com grupos menores, por exemplo, para manter a proximidade e sanar qualquer dúvida. E o resultado apareceu: um teste aplicado à distância respondido por 25% dos alunos que estavam concluindo o 1º ano em dezembro de 2020 em Viamão demonstrou que 60% estavam alfabetizados, em condições comparáveis aos alunos que haviam terminado o ano em 2019.


A identificação das escolas de cada aluno mostra que o envolvimento dos diretores, dos professores e das famílias faz enorme diferença: onde houve maior empenho da comunidade escolar, maior foi o nível de participação nas atividades e nos testes e, consequentemente, de aprendizagem.


É o caso da Manuela. Ao final do ano letivo, a estudante de 7 anos conseguiu atingir um nível fluente de leitura – e agora, durante as férias, lê seus livros de histórias infantis sozinha.


Na rede municipal de Sapucaia do Sul (outro município gaúcho parceiro do Raiar), entre uma amostra de 89% das crianças, verificou-se que 45% desenvolveram habilidades de decodificação (identificando e formando palavras) e 24% apresentavam fluência de leitura ao final do ano.


O que os dados indicam em Sapucaia do Sul e Viamão


Os índices obtidos nos municípios de Viamão e Sapucaia do Sul demonstram que é possível promover a alfabetização das crianças durante a pandemia, desde que existam condições adequadas (materiais de apoio, orientação e participação dos alunos com apoio de professores e familiares).


As dificuldades vivenciadas pelas escolas e famílias, bem como os desafios de recuperação que serão encontrados após a retomada das aulas presenciais, não podem ser ignorados.


Mais do que nunca será necessário que as escolas contem com um sistema organizado para acolher e incentivar o desenvolvimento de todos os alunos, especialmente aqueles em condição de vulnerabilidade social, que foram mais severamente afetados pela pandemia porque questões como falta de acesso à internet para acompanhar as aulas remotas.


Considerando isso, o Instituto Raiar apoiará seus municípios parceiros na construção de planos de trabalho que ampliem as possibilidades de desenvolvimento das crianças durante – e após – a pandemia.


Leia mais: Instituto Alfa e Beto: parceiro do Raiar para melhorar a aprendizagem em redes de educação



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