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Alfabetização: um caminho para a mobilidade social

Além do aprendizado adquirido, crianças alfabetizadas no 1º ano conseguem transpor barreiras sociais, conquistando melhores empregos e salários no futuro



Foto: arquivo - Instituto Raiar

 

A trajetória das crianças na escola é determinante para um futuro bem sucedido. Mas não se trata apenas de estar na escola. Quando a criança aprende é o que faz toda a diferença para uma educação de qualidade.


A alfabetização no 1º ano impulsiona o desenvolvimento do aluno nos anos seguintes – e pelo resto da vida. Em 1958, pesquisadores da Universidade de Edimburgo, no Reino Unido, iniciaram um estudo que acompanhou crianças ao longo da vida para avaliar os efeitos do aprendizado na idade certa – e se isso teria influência sobre a condição socioeconômica futura dos estudantes.


Resultado: aqueles que tiveram melhor desempenho em leitura e matemática aos sete anos foram os que conquistaram melhores empregos, moradias e salários aos 42 anos.


Trata-se de uma fórmula simples: se a criança é alfabetizada no 1º ano, que é o tempo ideal, terá mais chances de se desenvolver plenamente, traçando uma rota para a mobilidade social. Em nível individual, essa mobilidade muda a história de uma família inteira, elevando a qualidade de vida das próximas gerações. Em nível coletivo, a alfabetização pode dar novos rumos à sociedade.


Quando ela não acontece no 1º ano, porém, as dificuldades de aprendizagem vão se acumulando e, a cada ano, fica mais difícil para a criança superá-las. Para confirmar isso, um estudo norte-americano feito em 2016 mostrou que apenas 12,5% dos estudantes que não sabiam ler ao final do 1º ano conseguiram alcançar o nível de leitura esperado no 4º ano.


A pandemia, vale lembrar, está agravando as dificuldades de aprendizagem dos estudantes, principalmente das crianças em fase de alfabetização.


Alfabetização é determinante para o desenvolvimento social


Especialmente no Brasil (país que detém a 8ª maior desigualdade de renda do mundo), a educação pode funcionar como uma ferramenta para superar dificuldades profundas, como o desemprego e a fome.


Investir em educação básica de qualidade dá certo: a Coreia do Sul é prova disso. Cerca de 40 anos atrás, os sul-coreanos eram mais pobres que os brasileiros. Agora, são três vezes mais ricos. A mudança registrada no país se deve, em grande parte, ao massivo investimento em educação básica que foi iniciado décadas antes. Enquanto isso, o Brasil segue desviando da direção necessária.


Atualmente, um em cada quatro estudantes do 2º ano não consegue escrever corretamente uma palavra de três sílabas – e somente 5% compreendem informações em textos longos. Os dados são do último levantamento do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), divulgado em novembro passado.


Para promover o desenvolvimento das crianças – e garantir seu direito constitucional de acesso à educação de qualidade –, o Instituto Raiar atua em parceria com as redes municipais, prestando apoio técnico e financeiro para a implantação do Pacto pela Alfabetização.


O Pacto pela Alfabetização utiliza uma metodologia baseada em evidências, por meio da qual é possível acompanhar o desenvolvimento de cada aluno, cada turma e cada escola, avaliando conquistas e corrigindo lacunas de aprendizagem, sempre que necessário.


Em sala de aula, o programa atua como um parceiro do professor, prestando apoio e realizando capacitações que colaboram com a prática pedagógica. Tem mais: com a parceria do Raiar, os municípios são incentivado a fortalecer sua atuação em rede, unindo pais, professores, gestores e demais membros da comunidade escolar pelo sonho da alfabetização.


Com qualificação técnica, as escolas passam a fornecer condições reais para que as crianças (sobretudo as mais pobres, que costumam abandonar a escola ainda no ensino fundamental) aprendam na idade certa – um caminho real, necessário e agora possível rumo à transformação social.

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